quinta-feira, 29 de abril de 2010

MAIORAIS ?


MAIORAIS



"E Ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e servo de todos."
(MARCOS, 9:35.)


Ser dos primeiros na Terra não é problema de solução complicada.
Há maiorais no mundo em todas as situações.
A ciência, a filosofia, o sacerdócio, tanto quanto a política, o comércio e as finanças podem exibi-los, facilmente.

Os homens principais da ciência, com legitimas exceções, costumam ser grandes presunçosos; os da filosofia, argutos sofistas do pensamento; os do sacerdócio, fanáticos sem compreensão da verdadeira fé. Em política, muitos dos maiorais são tiranos; no comércio, inúmeros são exploradores e, nas finanças, muitos deles não passam de associados das sombras contra os interesses coletivos.

Ser dos primeiros, no entanto, nas esferas de Jesus sobre a Terra, não é questão de fácil acesso à criatura vulgar.

Nos departamentos do mundo materializado, os principais devem ser os primeiros a serem servidos e contam com a obediência compulsória de todos.

Em Cristianismo puro, os espíritos dominantes são os últimos na recepção dos benefícios, porquanto são servos reais de quantos lhes procuram a colaboração fraterna.

É por isto que em todas as escolas cristãsnumerosos pregadores, muitos mordomos, turbas de operários, cooperadores do culto, polemistas valiosos, doutores da letra, intérpretes competentes, reformistas apaixonados, mas raríssimos apóstolos.

De modo geral, quase todos os crentes se dispõem ao ensino e ao conselho,prontos ao combate espetaculoso e à advertência humilhante ou vaidosa, poucos surgindo com o desejo de servir em silêncio, convencidos de que toda a glória pertence a Deus.

Do livro Vinha de Luz - Francisco Candido Xavier pelo espírito de Emmanuel (os grifos são nossos)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PROVA, MISSÃO OU EXPIAÇÃO ? (2/2)



Irena Sendler
“ UMA MULHER EXTRAODINARIA E EXCEPCIONAL! “

=== C O N T I N U A Ç Ã O ===
Um dia, os nazistas souberam das suas atividades.Em 20 de Outubro de 1943, Irene foi detida pela Gestapo e levada a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.
Num colchão de palha da sua cela, encontrou uma estampa de Jesus Cristo. E ficou com ela até 1979, quando doou-a a João Paulo II.
Irena era a única que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que albergaram aos meninos judeus; suportou a tortura e se recusou a trair seus colaboradores ou a qualquer dos meninos ocultos.
Quebraram-lhe os pés e as pernas, alem de sofrer inúmeras torturas. Mas ninguém conseguiu romper a sua vontade.
Foi condenada a morte, mas sentença que nunca chegou a se cumprir porque a caminho do lugar da execução, o soldado a deixou escapar.
A resistência o tinha subornado porque não queriam que Irene morresse com o segredo da localização dos meninos.
Oficialmente ela constava nas listas dos executados. A partir de então, continuou trabalhando, mas com uma identidade falsa.
No final da guerra, ela mesmo desenterrou os vidros de conserva e fez uso das anotações para encontrar aos 2.500 meninos que colocou com famílias adotivas.
Ajuntou-as aos seus parentes espalhados pela Europa, mas a maioria tinha perdido as suas famílias nos campos de concentração nazistas.
Os meninos só a conheciam pelo apelido: JOLANTA. Anos mais tarde, quando a sua historia saiu num jornal junto com fotos suas, da época, diversas pessoas começaram a chamá-la para dizer:
“ Lembro de seu rosto... sou um daqueles meninos, lhe devo a minha vida,meu futuro, e gostaria de vê-la!”



Irena tinha no seu quarto fotos com alguns daqueles meninos sobreviventes ou com filhos deles


















Irena vive anos numa cadeira de rodas, por causa das lesões causadas pelas torturas sofridas pela Gestapo.
Não se considera uma heroína. Nunca reivindicou crédito algum pelas suas ações.



“Poderia ter feito mais”, responde sempre.
“Este lamento me acompanhará ate o dia de minha morte!”





















NAO SE PLANTAM SEMENTES DE COMIDA.
PLANTAM-SE SEMENTES DE BONDADE.
TRATEM DE FAZER UM CIRCULO DE BONDADE,
ESTE OS RODEARÃO E FARÃO CRESCER MAIS E MAIS ”
Irena Sendler



Irena Sendler
“ UMA MULHER EXTRAODINARIA E EXCEPCIONAL! “

Tradução do Espanhol
MANUEL FRANCO DEL CASTILLO
manuelfc20@hotmail.com
























































































terça-feira, 27 de abril de 2010

PROVA, MISSÃO OU EXPIAÇÃO ? (1/2)


Irena Sendler
“A mãe dos meninos
do Holocausto”

Enquanto a figura de OSCAR SCHINDLER era aclamada por meio mundo, graças ao filme de Steven Spielberg, ganhador de 7 Oscars em 1993, narrando a vida desse industrial que evitou a morte de 1.000 judeus nos campos de concentração , IRENA SENDLER era uma heroina desconhecida fora da Polônia e apenas reconhecida no seu pais por alguns historiadores, já que os anos de obscurantismo comunista apagaram a sua façanha dos livros de historia oficiais.
Por outro lado, ela nunca contou a ninguém nada da sua vida durante aqueles anos.
Em 1999 a sua história começou a ser conhecida, graças a um grupo de alunos de um Instituto do Kansas-EUA, que realizou um trabalho sobre os heróis do Holocausto.
Na investigação deram com poucas referencias sobre Irena e só existia um dado surpreendente: tinha salvado a vida de 2.500 meninos. Como e possível que só existisse essa informação sobre uma pessoa assim?
Mas a maior surpresa chegou quando após buscar o lugar da tumba de Irena, descobriram que não existia porque ela ainda vivia, e de fato ainda vive.
Hoje e uma anciã de 97 anos que reside num Asilo do centro de Varsóvia num quarto onde nunca faltam flores e cartões de agradecimento do mundo inteiro.
Quando a Alemanha invadiu o pais em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia, no qual cuidava das salas de jantar comunitárias da cidade.


Em 1942 os nazistas criaram um “gueto” em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições como se vivia naquele lugar uniu-se ao “Conselho para Ajuda aos Judeus”.
Conseguiu identificações da oficina sanitária, sendo que uma das tarefas era a luta contra as doenças contagiosas.
Como os alemães invasores tinham medo de que se desencadeasse uma epidemia de tifo, aceitavam que os poloneses controlassem o lugar.
Logo entrou em contato com famílias oferecendo levar os filhos com ela para fora do Gueto. Era terrível: tinha de convencer os pais de que lhe entregassem seus filhos e eles lhe perguntavam: Pode prometer que meu filho viverá? Como poderia prometer se nem sabia se poderia sair com eles do Gueto?






E a única coisa certa era que os meninos morreriam se permanecessem ali.
Mães e avós não queriam separar-se deles. IRENA as entendia perfeitamente: o momento da separação era o mais difícil.
Algumas vezes, quando Irena ou suas companheiras tornavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de idéia, todos tinham sido levados aos campos de extermínio.
Cada vez que isso acontecia, ela lutava com mais força para salvar a meninada.






Começou a tirá-los em ambulâncias como vitimas de tifo, mas logo se valeu de tudo o que estivesse ao seu alcance: cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, ataúdes... Nas suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape.
Conseguiu recrutar ao menos uma pessoa de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-estar Social.
Com a ajuda dessas pessoas elaborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária aos meninos judeus.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos da paz. Por isso não se cansava manter com vida esses meninos.
Queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais, suas famílias.
Foi quando inventou um arquivo que registrava os nomes dos meninos e as suas novas identidades.
Anotava os dados em pedaços pequenos de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de uma arvore de macas, no jardim do seu vizinho.
Guardou, sem que ninguém suspeitasse, o passado de 2500 me
ninos, até que os nazistas foram embora.
=== C O N T I N U A ===

segunda-feira, 26 de abril de 2010

UM PASSEIO PELO 3º CONGRESSO ESPÍRITA BRASILEIRO




Psicografia de Chico Xavier no 3º Congresso Espírita Brasileiro
Mensagens de Bezerra de Menezes e do ex-presidente Juscelino Kubitschek
O grande evento que homenageou Francisco Cândido Xavier foi transmitido ao vivo pela TVCEI, via satélite para todo o Brasil, e pela internet para o mundo. Em rede conosco estiveram a TV
Mundial, a TV Mundo Maior, a Web Rádio Fraternidade e mais de 30 operadoras de TV a cabo em cerca de 200 cidades brasileiras. Pela internet, foram mais de 50 países conectados. Vários palestrantes abrilhantaram o evento, entre eles: Divaldo Franco, André Trigueiro (Globo News), Raul Teixeira e Alberto Almeida, além da participação do vice-presidente da República, José Alencar. O públicou se emocionou com a presença da equipe de produção e atores do filme Nosso Lar, entre eles: Ana Rosa, Paulo Figueiredo e Renato Prieto. O congresso contou com apresentações musicais de alta beleza, como o Coral Vida e Luz, momento de arte com Carlos Vereza e apresentação do cantor e compositor Nando Cordel. O médium Wagner Paixão psicografou mensagens do ex-presidente JK e do homenageado Chico Xavier. Bezerra de Menezes encerrou o evento com uma bela mensagem através da mediunidade de Divaldo Franco.
Confira os vídeos das mensagens mediúnicas no youtube
http://www.youtube.com/tvcei
Confira também :

1) Mensagem do Chico Xavier psicografada pelo médium
Wagner Gomes Paixão
http://www.youtube.com/watch?v=4DDVBadzzOU

2) Mensagem do ex-presidente JUSCELINO KUBISCHEK
http://www.youtube.com/tvcei#p/u/0/1rkzEHbtS3E
3) Mensagem do Dr. Bezerra de Menezes
http://www.youtube.com/tvcei#p/u/1/90CwC0FmCz8
4) A caridade, segundo o Apóstolo Paulo .
O Ator Carlos Vereza declama a Carta de São Paulo aos Coríntios

http://www.youtube.com/watch?v=FB7SOwj4c-w


domingo, 25 de abril de 2010

PARÁBOLA DAS BODAS




Tendo ido ao templo de Jerusalém, onde foi arguido pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus, disse-lhes Jesus:
"O reino dos céus se assemelha a um rei(1) que, querendo festejar as bodas(2) de seu filho,despachou seus servos a chamar para o festim os que tinham, sido convidados(3); estes, porém, recusaram ir.
O rei despachou outros servos com ordem de dizer da sua parte aos convidados: Preparei o meu jantar; mandei matar os meus bois e todos os meus cevados; tudo está pronto; vinde às bodas.
Eles, porém, sem se incomodarem com isso, lá se foram, um para sua casa de campo, outro para o seu negócio. Os outros pegaram dos servos e os mataram, depois de lhes haverem feito muitos ultrajes.
Sabendo disso, o rei se tomou de cólera e, mandando contra eles seus exércitos, exterminou os assassinos e lhes queimou a cidade. Depois, disse a seus servos: O festim das bodas está inteiramente preparado; mas, os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos encontrardes.
Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram à mesa.
Entrou em seguida o rei, para ver os que estavam à mesa, e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial(4), disse-lhe: Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial? O homem guardou silêncio. Então, disse o rei à sua gente; Atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores; aí é que haverá prantos e ranger de dentes, porquanto, muitos há chamados, mas poucos escolhidos."
(Mat., 22:1 a 14.)

Parábolas, como sabemos, são narrações alegóricas, encerrando doutrina moral.
Jesus, pedagogo emérito, recorria frequentemente a elas, já porque era a melhor maneira de interessar os seus ouvintes, já também porque sabia que é muito mais fácil assimilar e reter qualquer ensinamento, quando materializado, isto é, objetivado através de um enredo, do que quando ministrado de forma subjetiva.
Na parábola em tela, o Rei(1) é Deus, nosso Pai Celestial, e o festim de bodas(2), é claro, simboliza o Reino dos Céus, cujo advento coube a Cristo Jesus anunciar e preparar, pela pregação de seu Evangelho.
Os primeiros convidados(3) são os hebreus, pois a eles é que foram enviados os primeiros emissários, ou sejam, os profetas, anunciando--lhes a vinda do Messias, bem assim exortando-os a que se arrependessem de seus erros e se conduzissem de forma mais condizente com as Leis Divinas reveladas no monte Sinai.
A palavra desses emissários, porém, não encontrou receptividade entre os hebreus, que lhes desprezaram as advertências e exortações.
Não obstante a má vontade manifestada por eles, à semelhança da parábola, envia-lhes Deus o próprio Jesus, a fim de lhes recordar e aperfeiçoar o conteúdo daquelas Leis, cuja observância lhes daria a conhecer o estado de alegria e gozo espiritual que constitui o Reino dos Céus. Todavia, sobremaneira preocupados em conseguir vantagens puramente materiais (os hebreus aspiravam à hegemonia política do mundo), escusaram-se de novo, sendo que alguns, enervando-se com tal insistência, não só repeliram a mensagem do Cristo, como ainda o ultrajaram e o imolaram na cruz.
Continua a parábola, dizendo: "Diante disso, o rei enviou exércitos contra os assassinos, que foram exterminados, bem assim queimada a sua cidade." O que aconteceu aos hebreus, posteriormente à crucificação de Jesus, todos o sabem, corresponde exatamente a esse trecho, da narrativa: foram trucidados pelos romanos, e sua capital, Jerusalém, foi quase totalmente destruída.
"Depois, mandou o rei convidar a todos quantos fossem encontrados nas encruzilhadas ,bons e maus", o que significa que o Evangelho seria pregado a todos os povos, pagãos e idólatras, e que estes, acolhendo a Boa Nova, seriam admitidos ao festim em lugar dos primeiros convidados, que se mostraram indignos dele.
Não basta, porém, ser convidado; quer dizer, não é suficiente dizer-se membro desta ou daquela Igreja, para tomar parte no banquete celestial. Faz-se necessário, como condição expressa e indispensável, estar-se revestido da "túnica nupcial", isto é, (4)possuir aquela pureza, mansuetude e bondade que caracterizam os verdadeiros cristãos.
Os hipócritas, os que se comprazem na indecência, os belicosos, os que defraudam e sacrificam seus semelhantes, os que vivem exclusivamente para si, indiferentes às dores e às aflições do próximo, estes, embora convidados a participar das bodas, serão encontrados sem as "vestes" adequadas e, pois, não poderão permanecer entre os demais, sendo lançados fora.
Eis porque disse Jesus: Chamados haverá muitos; poucos no entanto, serão os escolhidos.

Do livro do Rodolfo Calligaris : Parábolas evengélicas à Luz do Espiritismo (os grifos são nossos)


sexta-feira, 23 de abril de 2010

ONDE ESTÃO OS NOSSOS PRINCÍPIOS EVENGÉILCOS ?



TU E TUA CASA



"E eles disseram: Crê no Senhor Jesus-Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa." -
(ATOS, 16:31.)


Geralmente, encontramos discípulos novos do Evangelho que se sentem profundamente isolados no centro doméstico, no capítulo da crença religiosa.
Afirmam-se absolutamente sós, sob o ponto de vista da fé. E alguns, despercebidos de exame sério, tocam a salientar o endurecimento ou a indiferença dos corações que os cercam. Esse reporta-se à zombaria de que é vítima, aquele outro acusa familiares ausentes.
Tal incompreensão, todavia, demonstra que os princípios evangélicos lhes enfeitam a zona intelectual, sem lhes penetrarem o âmago do coração.
Por que salientar os defeitos alheios, olvidando, por nossa vez, o bom trabalho de retificação que nos cabe, no plano da bondade oculta?
O conselho apostólico é profundamente expressivo.
No lar onde exista uma só pessoa que creia sinceramente em Jesus e se lhe adapte aos ensinamentos redentores, pavimentando o caminho pelos padrões do Mestre, aí permanecerá a suprema claridade para a elevação.
Não importa que os progenitores sejam descrentes, que os irmãos se demorem endurecidos, nem interessam a ironia, a discussão áspera ou a observação ingrata.
O cristão, onde estiver, encontra-se no domicílio de suas convicções regenerativas, para servir a Jesus, aperfeiçoando e iluminando a si mesmo.
Basta uma estaca para sustentar muitos ramos. Uma pedra angular equilibra um edifício inteiro.
Não te esqueças, pois, de que se verdadeiramente aceitas o Cristo e a Ele te afeiçoas, serás conduzido para Deus, tu e tua casa


Do livro Vinha de Luz - Francisco Cândido Xavier pelo espírito de Emmanuel (os grifos são nossos)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

LIBERDADE E LIBERTAÇÃO



" Eu sou a Porta das Ovelhas "

Jo,10:7


Ação para a liberdade ou liberdade em ação no bem.

Quem sabe agir no espaço da liberdade, conquista a libertação.

Quem faz de cada ação louvor à necessária liberdade, marcha no rumo da libertação.

Veja um passaro saltitando na relva -eis a liberdade;voando num céu azul- eis o sentido da libertação.

Não pense apenas em alcançar a liberdade humanamente interpretada; busque a libertação de sua alma, voando com as asas do coração em espaços de tranquilidade e paz.


Do livro do Pastorino : 1 minuto com Jesus (os grifos são nossos)

domingo, 18 de abril de 2010

PARÁBOLA DOS LAVRADORES MAUS



"Havia um proprietário(1), que plantou uma vinha(2), cercou-a com uma sebe, cavou ali um lagar, edificou uma torre e depois arrendou a uns lavradores(3), ausentando-se para longe.
Ao aproximar-se o tempo dos frutos(4), enviou seus servos(5) aos lavradores, para receberem os frutos que lhe tocavam. Estes, agarrando os servos, mataram um, feriram outro e a outro apedrejaram, recambiando-os sem coisa alguma.
Enviou ainda outros servos, em maior número do que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo.
Por último, enviou-lhes seu filho(6), dizendo: Hão de ter respeito a meu filho.
Mas, vendo-o, os lavradores disseram entre si: este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e ficaremos senhores de sua herança(7). E lançando-lhe as mãos, puseram-no fora da vinha e o mataram.
Quando, pois, vier o Senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
Responderam-lhe: Destruí-los-á rigorosamente, e arrendará a sua vinha a outros lavradores, que lhe paguem os frutos a seu tempo devidos." (Mat., 21:33-41)


A interpretação desta parábola é extremamente fácil, tão precisos são os caracteres de suas personagens e os fatos a que se reportam.
O proprietário é Deus(1); a vinha(2) é a Religião do Amor que deverá ser implantada na Humanidade terrena; e os lavradores(3) a quem a vinha foi arrendada são os sacerdotes de todas as épocas, desde os que sacrificavam animais para oferecer em holocausto nos altares do judaísmo até os de hoje, que oficiam em suntuosos templos e catedrais. Os frutos(4) são a piedade cristã, o progresso moral, e os servos(5) incumbidos de recebê-los são os missionários enviados por Deus à Terra, de tempo em tempo, a exemplo dos profetas da antiguidade, João Hus, Savonarola, Lutero, etc., os quais, por reclamá-los à casta sacerdotal, verberando-lhes a incúria no trato das coisas divinas, foram por ela perseguidos, injuriados e mortos..
O filho do proprietário(6) é Jesus, cujo martírio ignominioso na cruz foi, também, obra exclusiva do sacerdotalismo .
A herança(7) é o reino dos céus, de que o sacerdócio hierárquico pretende ter a posse, constituindo-se seu único dispensador.
Arrogando-se os poderes inerentes ao herdeiro, os sacerdotes ao invés de cultivarem a vinha, abandonaram-na, esqueceram-na; favoreceram o desenvolvimento de plantas daninhas, deixando, assim, o proprietário sem os frutos devidos.
De fato, após séculos e séculosinfluência absoluta sobre as consciências, que resultado têm a apresentar ao Senhor da vinha? A indiferença religiosa, o ateísmo e toda a sorte de males decorrentes dessa estagnação espiritual.
O domínio desses lavradores maus, porém, está a findar-se.
Por toda a parte, suas organizações pseudo-religiosas, dogmáticas e obscurantistas, eivadas de formalismos, cerimônias culturais, ritos e pompas exteriores, estão em franca decadência.
Sim, os dias desses rendeiros relapsos estão contados.
Durante muito tempo, a pretexto de combater heresias e apostasias, eles torturaram, massacraram e queimaram os enviados do Senhor, que lhes vinham cobrar os frutos da vinha. Já agora, a última parte da parábola começa a realizar-se: estão perdendo todo o prestígio que gozavam junto aos governantes e a ascendência que tinham sobre as massas populares, assistindo, apavorados, à deserção de suas igrejas; estão sendo destruídos rigorosamente, aqui, ali e acolá, sofrendo na própria carne aquilo que fizeram a outrem padecer.
Entrementes, eis que surge o Espiritismo (a falange de novos lavradores), a substituí-los na sublime tarefa de que não souberam dar boa conta.
Profligando todos os sectarismos estreitos e antifraternos, e oferecendo à Humanidade um novo lábaro, em que se lê: "Fora da caridade não há salvação", o Espiritismo está ganhando rapidamente, a simpatia, e a adesão de todas as criaturas de boa vontade, e há realizado, em apenas alguns decénios, um extraordinário revivescimento espiritual, a par de uma obra social verdadeiramente impressionante, numa demonstração inequívoca de que os novos rendeiros saberão, de fato, cumprir os seus deveres para com o Senhor.

Quem tiver "olhos de ver", veja...
Do livro do Rodolfo Calligaris : Parábolas Evengélicas à Luz do Espiritismo (os grifos aão nossos)

sábado, 17 de abril de 2010

HISTÓRIAS DO CHICO

Saudades de Jesus


Estávamos na residência do Chico Xavier. Seu estado de saúde não lhe permitia deslocar-se até o Centro. A multidão se comprimia lá na rua em frente, quando o portão se abriu, a fila de pessoas tinha alguns quarteirões.
Foram passando uma a uma em frente ao Chico.Pessoas de todas as idades, de todas as condições sociais e dos mais distantes lugares do País.Algumas diziam:

-Eu só queria tocá-lo...
-Meu maior sonho era conhecê-lo...
-Só queria ouvir sua voz e apertar sua mão...

Uns queriam notícias de familiares desencarnados; espantar uma ideia de suicídio.
Outros nada diziam, nada pediam, só conseguiam chorar.
Com uma simples palavra do Chico, seus semblantes se transfiguravam, saíam sorridentes.Ao ver as pessoas ansiosas para tocá-lo, a interminável fila, a maneira como ele atendia a todos, fiquei pensando:
"Meu Deus, a aura do Chico é tão boa... seu magnetismo é tão grande, que parece que pulveriza nossas dores e ameniza nossas ansiedades".
De repente, ele se volta para mim e diz:

- Comove-me a bondade de nossa gente em vir visitar-me. Não tenho mais nada para dar. Estou quase morto. Por que você acha que eles vêm?

Perguntou-me e ficou esperando a resposta. Aí, pensei: Meu Deus, frente a um homem desses, a gente não pode mentir nem dizer qualquer coisa que possa vir ofender a sua humildade (embora ele sempre diga que nunca se considerou humilde).
Comecei então a pensar que quando Jesus esteve conosco, onde quer que aparecesse, a multidão o cercava. Eram pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais e dos mais distantes lugares.
Muitos iam esperá-lo nas estradas, nas aldeias ou nas casas onde Ele se hospedava. Onde quer que aparecesse, uma multidão o cercava. Tanto que Pedro lhe disse certa vez: "Bem vês que a multidão te comprime".
Zaqueu chegou a subir numa árvore somente para vê-lo. Ver, tocar, ouvir era só o que queriam as pessoas. Tudo isso passou pela minha cabeça com a rapidez de um relâmpago.
E como ele continuava olhando para mim esperando a resposta, animei-me a dizer:

- Chico, acho que eles estão com saudades de Jesus.

Palavras tiradas do fundo do coração, penso que elas não ofenderam sua modéstia.A multidão continuou desfilando.Todos lhe beijavam a mão e ele beijava a mão de todos.
Lá pelas tantas da noite, quando a fila havia diminuído sensivelmente, percebi que seus lábios estavam sangrando. Ele havia beijado a mão de centena de pessoas. Fiquei com tanta pena daquele homem, nos seus oitenta e oito anos, mais de setenta dedicados ao atendimento de pessoas, que me atrevi a lhe perguntar:

- Por que você beija a mão deles?

A humildade de sua resposta continuará emocionando-me sempre:

- Porque não posso me curvar para beijar-lhes os pés.

Momentos com Chico Xavier
Adelino da Silveira (OS GRIFOS SÃO NOSSOS)

A LUZ DE CADA UM



" Vós sois a luz do mundo"

Mat,5:14


Parece estranha essa afirmação quando praticamente o mundo todo é iluminado pelo Sol.

Luz no sentido filosófico ou espiritual tem significado mais profundo. Exemplo : A luz da inteligência, a luz da verdade, a luz do amor.

Nesse sentido, a Terra sempre teve imensa necessidade de luz.

Jesus quis e quer que acendamos a chama de nossa alma para estender benefícios a todos.

Ai do mundo se não fossem os iluminados que em todos os séculos divulgaram a sabedoria, a paz e a justiça.

Em potencial todos temos luz.


Do livro do Pastorino : 1 minuto com Jesus (os grifos são nossos).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DAR A OUTRA FACE




"Ouviste o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu porém vos digo : não resistais ao mau(1), mas a qualquer que te bate na face direita, volta-lhe também a outra."

Luc,6:29- Mat,5:38,39


Sabemos não ser fácil viver fora das correntes do mal num mundo como a terra; entretanto, a luta é forma de superação e progresso.

Você deve lutar contra os seus próprios impulsos negativos.

A vingança ou revide que muitas vezes se disfarça na forma de "resposta", "esclarecimento" ou "satisfação" , é atitude inferior.

Não resistir ao mal ( 2)quer dizer também não dar ouvidos àquilo que procede das sombras, podendo envenenar a alma.

O mal não merece sua atenção.

Não desperdice tempo e energia.

Valorize suas atitudes.

Eleve-se a uma dimensão superior de entendimento e permaneça imperturbável.


Do livro do Pastorino : 1 minuto com Jesus (os gridos são nossos)


Esclarecimentos :


- (1) Mau (com "u") - Aquele que faz maldades.

- "Não resistais ao mau " , significa : Não se confronte com aquele que te faça nenhuma maldade .
Combata o mau com o bem


- (2) Mal (com "L") - Atitude má.

- Não resistir ao mal , significa : Não revidar nenhuma atitude negativa contra você.


A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 5/5


=== c o n t i n u a ç ã 0 ===

O silêncio reinante era de tal ordem, que, aos nossos ouvidos, a voz inarticulada da Natureza nos parecia uma sinfonia; de minha parte, confesso-lhes que eu nunca tinha ouvido a música dos astros e nem podia imaginar que o próprio silêncio tivesse voz.
A faixa de luz azulínea que se transformara num arco-íris ainda se mostrava mais viva, e todos permanecíamos na expectativa do que não sabíamos pudesse acontecer.
Direcionando os sentidos, quis ver, naquela hora, como os preparativos para o féretro estavam desenvolvendo-se no Plano Físico e, justamente, quando começou a ser entoada a canção “Nossa Senhora” e os nossos irmãos começaram a movimentar-se, dando início ao cortejo, uma Luz indescritível, descendo por aquele leque iluminado que ligava a Terra ao Infinito — a faixa de luz que ali se instalara logo após ter sido armado o velório no “Grupo Espírita da Prece” —, uma Luz que, para mim, era muito superior à luz do próprio Sol e que me acionava a memória para a lembrança da visão que Paulo teve do Cristo, às portas de Damasco, repetiu com indefinível ternura:
— “Vinde a mim, todos os que andais em sofrimento e vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Aquela Extraordinária Visão, que sequer povoava os meus sonhos mais remotos de espírito devedor, estendeu dois braços humanos reluzentes e, quando notei que o Chico em espírito se transferia dos braços de Cidália para aqueles Braços que o atraíam, digo-lhes que, desde quando fui beneficiado com o laurel da razão, não tenho recordação de jamais ter chorado tanto...
Aquela Luz, que se humanizava parcialmente para que pudéssemos vê-la, estreitou Chico Xavier ao peito e depositou-lhe um ósculo santo na fronte e, em seguida, partiu, levando-o consigo, despedindo-se com inesquecível sorriso dos que continuavam presos ao abismo, sentenciados pelo tribunal da consciência culpada.
Foi Odilon que, depois de muito tempo, conseguiu falar, comentando conosco:
— Eu sempre que lia as páginas do Velho Testamento, ficava intrigado e colocava em questão a narrativa de que o profeta Elias fora conduzido ao céu por “um carro de fogo”... Agora sei que não se tratava de força de expressão ou algo semelhante.
(...)
Um grande vazio se fez após e, gradativamente, a faixa de luz foi se recolhendo de baixo para cima, à medida em que o cortejo celestial se retirava.
A praça em que nos havíamos reunido já se encontrava praticamente vazia; diversos grupos, procedentes de várias regiões da Espiritualidade, haviam partido e, agora, os curiosos e desocupados de além-túmulo se aproximavam, como que para vasculhar os espólios do concorrido velório...
Contrastando com a luz do corpo espiritual de eminentes entidades, esses outros nossos irmãos se mostravam opacos em seu novo veículo de expressão, dando-me a impressão de que, embora desencarnados, ainda não tinham logrado completa emancipação; muitos caminhavam sem qualquer desenvoltura, qual se fossem doentes com dificuldade para mudar o passo...
Identificando-nos na condição de adeptos do Espiritismo e amigos de Chico Xavier, começamos a ser abordados por aquelas entidades infelizes que, aos meus olhos, se assemelhavam a sobreviventes onde houvesse sido travada intensa batalha. A grande maioria exibia as vestes em farrapos e, além da obscuridade espiritual à qual já me referi, deixavam exalar de si quase
insuportável odor...
— Por favor, auxiliem-nos! — disse-nos um deles, adiantando-se aos demais
—Estamos convencidos de que, realmente, o mal não compensa... O que vimos acontecer hoje, aqui...
Olhando-me, significativamente, Odilon comentou:
— Quantas bênçãos a vida e a suposta morte de um verdadeiro homem de bem pode espalhar! Quantos não estarão sendo motivados à renovação íntima, ante o episódio da desencarnação do nosso Chico! ... Ele que, no corpo, descerrou caminhos para tanta gente, ao deixar a vestimenta física, prossegue orientando com os seus exemplos os que se desnortearam além da morte.
Faz-me recordar o que disse Jesus, no capítulo 12, versículo 24, das anotações de João: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto”...

(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)


quinta-feira, 15 de abril de 2010

FELICIDADE, UMA QUESTÃO DE FÉ



" Eu sou o ressurgimento da vida. quem crê em mim, mesmo se morreu, viverá."
Jo,11:25

Não deixe seu coração no nevoeiro frio da tristeza.

Não viva ao sabor da depressão.

Reaja.

Você é forte e capaz de superar as próprias limitações.

Afinal, Deus-nosso pai- é a presença da infinita alegria.

Procure refletir Deus no espelho cristalino de sua sensibilidade.

A pessoa afeita ao Bem, nas atividades diárias, sente prazer com a vida.

Você nasceu para crescer em espírito.

E mesmo atravessando dificuldades, se permanecer de consciência tranquila no cumprimento do dever, pode considerar-se feliz.
Do livro do Pastorino : 1 minuto com Jesus (os grifos são nossos)

A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 4/5


=== c o n t i n u a ç ã o ===


Dentro de poucos instantes, o silêncio se fez naturalmente maior e um venerável senhor, ladeado por Irmão José e Herculano Pires, este um dos vultos mais importantes da Doutrina nos últimos tempos, assomou discreta tribuna e começou a falar.
— Quem é? Perguntei, à meia-voz...
— Léon Denis — respondeu-me Odilon com um sussurro.
— “Meus irmãos — disse o inesquecível discípulo de Allan Kardec — eis que aqui nos encontramos reunidos, para receber de volta ao nosso convívio, aquele que, uma vez mais, cumpriu exemplarmente a missão que lhe foi confiada pelo Senhor de nossas vidas. Elevemos ao Infinito os nossos pensamentos de gratidão e de reconhecimento, porquanto sabemos das dificuldades que o espírito que moureja na carne enfrenta para desbravar caminhos à Verdade; o nosso amigo e mestre que, após longa e desgastante peleja, agora retorna à Pátria Espiritual, se constituiu num verdadeiro exemplo, não somente para os nossos irmãos encarnados, mas igualmente para os que necessitamos renascer no orbe e, por vezes, nos sentimos desencorajados... (...) Um ciclo se encerra, mas outro deve começar (...)”
Passados alguns instantes da alocução proferida por Léon Denis, perfumada aragem começou a soprar, balsamizando o ambiente. De onde será que provinha aquele suave perfume que, aos poucos, se intensificava, impregnando-nos o corpo espiritual? Tínhamos a impressão de que, caindo de Esferas Resplandecentes, aquele orvalho celeste, constituído de diminutos flocos luminosos, antecedia o momento em que o espírito Chico Xavier seria conduzido à ignota região da Vida Sem Fim.
Quando o fenômeno a que tento me referir se fez mais evidente, algumas explosões começaram a ocorrer na extensa faixa de luz azulínea que, agora, a mudando de tonalidade, como se um arco-íris se estivesse materializando diante dos nossos olhos.
Gradativamente, cinco entidades foram se fazendo visíveis para nós, tangibilizando-se no pequeno espaço que me parecia reproduzir produzir a abençoada estrebaria em Belém...
Os cinco espíritos, que não posso lhes dizer que tenham assumido forma propriamente humana, foram sendo identificados por nós: eram Bezerra de Menezes, Emmanuel, Eurípedes Barsanulfo, Veneranda e Celina, a excelsa mensageira de Maria de Nazaré.
Diante da estupenda visão, todos sentimos ímpetos de nos ajoelharmos; muitos, efetivamente, se ajoelharam, com os olhos banhados de lágrimas.
Bezerra de Menezes, Emmanuel e Eurípedes Barsanulfo estavam, por assim dizer, mais humanizados, no entanto Veneranda e, especialmente, Celina, nos pareciam dois anjos alados, falenas divinas que se tivessem metamorfoseado apenas para que pudéssemos vê-las... Eu tinha a impressão de estar participando de um sonho que transcendesse a mais fértil
imaginação.
Adiantando-se aos demais companheiros, Veneranda, que o tempo todo pairava no ar, começou a orar com sentimento que a palavra não consegue traduzir:
— “Senhor da Vida — exorou, sensibilizando-nos profundamente — aqui estamos para receber, de volta ao nosso convívio, um dos Vossos servidores mais fiéis que, após quase um século de lutas acerbas pela causa do Vosso Evangelho na Terra, regressa ao Grande Lar, com a consciência do dever cumprido.
Que as Vossas bênçãos envolvam o espírito naturalmente exaurido, restituindo-lhe as energias que se consumiram de todo por amor do Vosso Nome entre os homens, nossos irmãos! Que do seu extraordinário esforço não se perca, Mestre, uma única gota de suor, das que se misturaram às lágrimas anônimas vertidas por ele no testemunho da Fé.
Que o trabalho de sua profícua existência no corpo físico continue a ser prodigiosa sementeira para as gerações do porvir, apontando o Caminho para quantos anseiam por seguir os Vossos passos...
Senhor, os que tão-somente agora, depois de séculos e século de sombras, nos convencemos da Vossa magnanimidade, vos agradecemos por não terdes consentido que o nosso irmão sucumbisse diante das provas e, em nada, se afastasse da trajetória que lhe traçaste no mundo — sabemos que, nos momentos mais difíceis, sem que nós mesmos pudéssemos perceber, a Vossa mão o sustentava para que não tombasse sob o peso da cruz que lhe pusestes aos ombros... Nós vos louvamos por terdes realizado nele a obra consagrada do Vosso amor, que, um dia, redimirá a Humanidade inteira.
E que, agora, ainda unidos ao espírito companheiro que soube transformar-se em exemplo de renúncia e de sacrifício, de desprendimento e de abnegação, possamos dar seqüência à tarefa que iniciastes há dois mil anos, da edificação do Reino de Deus sobre a face da Terra!...
Que a claridade sublime das Altas Esferas não nos faça ignorar os vales de sombras dos quais procedemos e nos quais acendestes, para sempre, a Vossa Luz... Que não nos seja lícito o descanso, enquanto o orbe planetário, onde tantas vezes expiamos as nossas faltas, se transfigure em estrela de
real grandeza, a fulgir na glória dos mundos redimidos.
Abençoai, Senhor, os nossos propósitos que são os Vossos e que, hoje e sempre, possamo exaltar-Vos o Nome através de nossas vidas!...”
Terminando de orar, Veneranda e Celina se aproximaram de Cidália, que continuava a aconchegar em seu materno coração o espírito que foi nosso Chico, o qual, de quando a quando, estampava cândido sorriso, como se fosse uma criança participando de um sonho bom do qual jamais ousasse acordar.
=== c o n t i n u a ===

(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

PERDOAR



" Aproximando-se , Pedro disse-lhe : Senhor, quantas vezes errará meu irmão contra mim e o relevarei ? até sete vezes? Disse-lhe Jesus : Não te digo até sete vezes, mas setenta vezes sete"

Mat.18:21 e 22


Um amigo lhe causou decepção ?

Não esperava isso de quem lhe mereceu tanta confiança?

Você talvez tenha esquecido que ele é humano e, como tal, sujeito a quedas.

Sempre foi assim.

Jesus terá se decepcionado com a traição de Judas ou com a negação de Pedro ?

Temos que amar, respeitar, admirar e compreender.

Todas as pessoas são falíveis, mesmo aquelas que consideramos superiores ou superdotadas.

Compreenda seu irmão e perdoe.

Ele tem pontos vulneráveis. Não é perfeito.

Evite comentários sobre o incidente.

Perdoe e esqueça.


Do livro do Pastorino: 1 minuto com Jesus (os grifos são nossos)

A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 3/5


=== c o n t i n u a ç ã o ===

Inúmeras caravanas e representações continuavam chegando, formando extensas filas, que se postavam paralelas às filas organizadas pelos nossos irmãos encarnados, a comparecerem ao velório para render a Chico Xavier merecidas homenagens.
Dezenas e dezenas de jovens formavam grupos especiais que vinham recebê-lo no limiar da Nova Vida, gratos por ter sido ele o seu instrumento de consolo aos familiares na Terra, quando se viram compelidos à desencarnação...
A tarefa de Chico Xavier — explicou Odilon, emocionado — não tem fronteiras; raras vezes, a Espiritualidade conseguiu tamanho êxito no campo do intercâmbio mediúnico... No entanto a força que o sustentava nas dificuldades vinha de Cima, pois, caso contrário, teria sucumbido às pressões daqueles que, encarnados e desencarnados, se opõem ao Evangelho. Chico, por assim dizer, ocultou-se espiritualmente em um corpo franzino e deu início ao seu trabalho, sem que praticamente ninguém lhe desse crédito; quando as trevas o perceberam, já havia atravessado a faixa dos vinte de idade e em franco labor, tendo pronto o “Parnaso de Além-Túmulo”, a obra inicial de sua profícua e excelente atividade psicográfica...
Estávamos todos profundamente emocionados. A multidão, dos Dois Lados da Vida, não parava de crescer e, assim como no Plano Físico os policiais cuidavam da organização, na Dimensão Espiritual em que nos situávamos, Entidades diversas haviam sido encarregadas de disciplinar a intensa movimentação, sem que nenhum de nós se sentisse encorajado a reclamar qualquer privilégio com o propósito de uma maior aproximação. Quase todos nos conservávamos em atitude de profundo silêncio e de reverência.
Os grupos de espíritos que haviam, ao longo de seus 75 anos de labor, trabalhado com o médium, com exceção, evidentemente, daqueles que já haviam reencarnado, se faziam representar pelos seus maiores expoentes no campo da Poesia e da Literatura.
Próximas a Cidália, em cujos braços Chico Xavier descansava, à espera de que o cortejo fúnebre partisse conduzindo os seus restos mortais, notei a presença de algumas entidades femininas que eu não soube identificar.
— Quem são? — perguntei a Odilon, que era um dos poucos dentre nós com plena liberdade de movimentar-se.
— Aquelas quatro primeiras, são as nossas irmãs Meimei, Maria Dolores, Scheilla e Auta de Souza; as demais são corações maternos agradecidos que, em uma ou outra oportunidade, se expressaram pela mediunidade psicográfica do nosso Chico.
— Quem estará na coordenação do evento? — insisti, ansioso por maiores esclarecimentos.
— O Dr. Bezerra de Menezes e Emmanuel, assessorados diretamente por José
Xavier —respondeu.
— José Xavier?...
— Sim, o irmão do médium, que está conduzindo um grupo de espíritos amigos de Pedro Leopoldo e região; quando Chico se transferiu para a cidade de Uberaba, em 1959, os seus vínculos afetivos com a sua terra natal não se desfizeram; os espíritas que constituíram o Centro Espírita “Luiz Gonzaga” sempre se sentiram membros de uma única família.
— E aquele casal mais próximo que, de quando a quando, dialoga com Cidália?
— José Hermínio e D.Carmem Perácio; foram eles que iniciaram Chico Xavier no conhecimento da Doutrina Espírita, doando-lhe exemplares de “O Livro dos Espíritos” e de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”...
Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente; sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era seu desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a receber suplementos de princípio vital, evitando-se os constrangimentos da cadaverização. Embora aconchegado aos braços daquela que havia sido na Terra a sua segunda mãe e grande benfeitora, o espírito Chico guardava relativa consciência de tudo...
As expectativas de quase todos, porém, se concentravam sobre aquela faixa de luz azulínea, a qual, à medida que se abeirava a hora do sepultamento, se intensificava; tínhamos a impressão de que aquele caminho iluminado era a passagem para uma Dimensão desconhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier haveria de ser conduzido.

=== c o n t i n u a ===


(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)


terça-feira, 13 de abril de 2010

A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 2/5



=== c o n t i n u a ç ã 0 ===

Não registramos nas imediações, é bom que se diga, um só espírito que ousasse se aproximar com intenções infelizes. Os pensamentos de gratidão e as preces que lhe eram endereçadas, formavam um halo de luz protetor que tudo iluminava num raio de cinco quilômetros; porém essa luz amarelo-brilhante contrastava com a faixa de luz azulínea que se perdia entre as estrelas no firmamento.
A cena era grandiosa demais para ser descrita e desafiaria a inspiração do mais exímio gênio da pintura que tentasse retratá-la. Uma música suave, cujos acordes eu desconhecia, ecoava entre nós, sem que pudéssemos identificar de onde provinha, como se invisível coral de vozes infantis, volitando no espaço, tivesse sido treinado para aquela hora.
Espíritos mais simples que passavam rente comentavam:
— “Este é um dos últimos... Não sabemos quando a Terra será beneficiada novamente por um espírito de tal envergadura”; “Este, de fato, procurava viver o que pregava” “Quem nos valerá agora?”; “Durante muitos anos, ele matou a fome da minha família... “Lembro-me de que, certa vez, desesperado, com a ideia de suicídio na cabeça, eu o procurei e a minha vida mudou”; “Os seus livros me inspiraram a ser o que fui, livrando-me de uma existência medíocre”; “Quando minha avó morreu, foi ele quem pagou seu enterro, pois, à época, éramos totalmente desprovidos de recursos”; “Fundei minha casa espírita sob a orientação de Chico Xavier, que recebeu para mim uma mensagem de incentivo e de apoio”; “Comigo, foi diferente: eu estava doente, desenganado pela Medicina, ele me receitou um remédio de Homeopatia e fiquei bom”...
Os caravaneiros não cessavam de chegar, todos portando flâmulas e faixas com dizeres luminosos; creio sinceramente que, em nosso Plano, jamais houve uma recepção semelhante a um espírito que tivesse deixado o corpo, após finda a sua tarefa no mundo; com exceção do Cristo e de um ou outro luminar da Espiritualidade, ninguém houvera feito jus ao aparato espiritual que se organizara em torno do desenlace de Chico Xavier.
Com dificuldade, logrando adentrar o recinto do “Grupo Espírita da Prece”, reparamos que uma comissão de nobres espíritos, dispostos em semicírculo, todos trajando vestes luminescentes, permanecia, quanto nós mesmos, em expectativa. Odilon sussurrou-me ao ouvido:
— Inácio, estas são as entidades que trabalharam com ele na chamada “Coleção de André Luiz”; são os Mentores das obras que o nosso André reportou para o mundo, no desdobramento do Pentateuco Kardeciano: Clarêncio, Aniceto, Calderaro, Áulus e tantos outros...
E aqueles que estão imediatamente atrás? — indaguei.
— São alguns representantes da família do médium e amigos fiéis de longa data.
— E onde estão Emmanuel, nosso Dr. Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo? Porventura, ainda não chegaram?...
— Devem estar — respondeu — cuidando da organização...
Ao lado do seu corpo inerte, nosso Chico, segundo a visão que tive, me parecia uma criança ressonando, tranquila, no colo de um anjo transfigurado em mulher,fazendo-me recordar, de imediato, a imagem de “Pietà”, a famosa escultura de Michelangelo.
— Quem é ela? — perguntei.
—Trata-se de D. Cidália, a sua segunda mãe...
— E D. Maria João de Deus?...
— Ao que estou informado — esclareceu Odilon —, encontra-se reencarnada no seio da própria família.
— E seu pai, o Sr. João Cândido?
— Está em processo de reencarnação, seguindo os passos da primeira esposa.
Adiantando-se, nosso Lilito indagou:
— Odilon, na sua opinião, por que o Chico está parecendo uma criança?
— Ele necessita se refazer, pois o seu desgaste, como não ignoramos, foi muito grande, mormente nos últimos anos da vida física; nosso Chico carece de se desligar completamente...
— Perderá, no entanto, a consciência de si?
— É evidente que não. O seu verdadeiro despertar acontecerá gradativamente, à medida em que se recupere da luta sem tréguas que travou... Aliás, a Espiritualidade Superior, nos últimos três anos, vinha trabalhando para que a sua transição ocorresse sem traumas, tanto para a imensa família espírita, que o venera, quanto para ele próprio.
=== c o n t i n u a ===

(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)

SEMEIA AGORA PARA COLHER DEPOIS



"Não vos preocupeis pelo dia de amanhã , porque o amanhã trará o seu próprio cuidado; ao dia basta o, seu trabalho".


Esse tipo de preocupação pode traduzir prudência, incerteza ou medo. É o que ocorre com quem se preocupa com a sobrevivência no amanhã.

As palavras ou as traduções nem sempre expressam a idéia que se quiz emitir.

O Cristo naturalmente desejava dizer não vos inquieteis ou angustieis com o amanhã.

A providência é necessária e sua manifestação é sempre espontânea e serena.

Ser previdente é ser prudente. A angústia em relação ao futuro é outra situação : representa falta de fé, desconfiança, insegurança.

Semeia agora para colher depois. O bom semoador sempre colhe os melhores frutos.

Viva no espaço do hoje. Faça o melhor que puder. Confie em Deus . O amanhã trará novas situações.


Do livro do Pastorinio : 1 minuto com Jesus. (os grifos são nossos)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 1/5


Há 6 anos, no dia 30 de Junho de 2002, nosso querido Chico Xavier retornava ao Plano Espiritual. Relembrando esta data, trago para vocês uma breve descrição do que ocorreu ‘do outro lado da vida’ (paralelamente ao velório no plano físico): uma merecida recepção a esse maravilhoso médium, que tanto fez pela Doutrina Espírita e por todos nós...
Que todos nós possamos aproveitar para refletir...



(...) No Mundo Espiritual, nosso irmão Lilito Chaves veio ao nosso encontro e anunciou o que, desde algum tempo, aguardávamos com expectativa: a desencarnação do médium Francisco Cândido Xavier, o nosso estimado Chico. O acontecimento nos impunha rápidas mudanças de planos, improvisamos uma excursão à Crosta para saudar aquele que, após cumprir com êxito a sua missão, retornava à Pátria de origem.
Assim, sem maiores delongas, Odilon, Paulino e eu, juntando-nos a uma plêiade de companheiros uberabenses desencarnados, rumamos para Uberaba no começo da noite daquele domingo, dia 30 de junho.
A caminho, impressionava-nos o número de grupos espirituais, procedentes de localidades diversas, do Brasil e do Exterior, que se movimentavam com a mesma finalidade.
Todos estávamos profundamente emocionados e, mais comovidos ficamos quando, estacionando nas vizinhanças do “Grupo Espírita da Prece”, onde estava sendo realizado o velório, com o corpo exposto à visitação pública, observamos uma faixa de luz resplandecente, que, pairando sobre a humilde casa de trabalho do médium, a ligava às Esferas Superiores, às quais não tínhamos acesso.
Conversando conosco, Odilon observou:
— Embora, evidentemente, já desligado do corpo, nosso Chico, em espírito, ainda não se ausentou da atmosfera terrestre; os Benfeitores Espirituais que, durante 75 anos, com ele serviram à Causa do Evangelho, estarão, com certeza, à espera de ordens superiores para conduzi-lo a Região Mais Alta... De nossa parte, permaneçamos em oração, buscando reter conosco as lições deste raro momento.
Aproximando-nos quanto possível, notamos a formação de duas filas imensas, constituídas de irmãos encarnados e desencarnados, que reverenciavam o companheiro recém-liberto do jugo opressor da matéria: eram espíritos, no corpo e fora dele, extremamente gratos a tudo que haviam recebido de suas mãos, a vida inteira dedicadas à Caridade, nas mais fiel vivência do “amai-vos uns aos outros”. Mães e pais que, por ele haviam sido consolados em suas dores; filhos e filhas que puderam reatar o diálogo com os genitores saudosos, escrevendo-lhes comoventes páginas do Outro Lado da Vida; famílias desvalidas com as quais repartira o pão; doentes que confortara agonizantes em seus leitos; religiosos de todas as crenças que, respeitosos, lhe agradeciam o esforço sobre-humano em prol da fé na imortalidade da alma...


=== c o n t i n u a ===




(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)

DANDO O EXEMPLO



" Segue-me tu ! "

Jo,21:22


Isso não é simplesmente um convite; é uma ordem.

Foi assim que o Senhor se dirigiu a Simão Pedro no momento em que o Apóstolo se mostrava excessivamente preocupado com o comportamento alheio.

Existe muita gente de olhos sempre abertos ante os defeitos do próximo, cobrindo com o véu da presunção as próprias deficiências.

Você deve seguir os passos do Cristo, independentemente da indiferença ou hipocrisia que possam haver noutras pessoas.

Dê exemplo.

Seja fiel à sua própria consciência.

Cumpra seu dever.

Do livro do Pastorino : 1 Minuto com Jesus ( os grifos são nossos)
Visão pessoal :
Em tempos de filme do Chico (imperdível), não podemos deixar de ressaltar o exemplo deste brasileiro que, mesmo diante de muitas dificuldades, muita incompreensão, contra tudo e contra todos ,não deixou de cumprir sua missão e dedicou sua vida a propagação e o conhecimento da realidade da vida , através dos inúmeros livros que psicografou , com ensinamentos preciosos, assim como com o alívio da dor daqueles que sofriam muito com a perda de seus entes queridos ,num trabalho legítimo de caridade , cumprindo assim fielmente a ordem do MESTRE JESUS , seguindo seus passos , cumprindo seu dever.
Euclydes

domingo, 11 de abril de 2010

PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS



Um dia em que Jesus, tendo ido ao templo de Jerusalém, ensinava ao povo, anuniciando-Ihe o Evangelho, quando chegaram-se a ele os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciães, e o interpelaram com que autoridade fazia tais. coisas.
O Mestre redarguiu com outra pergunta,a que não souberam responder, e, porque ficasse evidente a hipocrisia deles, lhes propôs, em seguida, esta parábola:
"Que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando ao primeito, lhe disse: Filho, vai trabalhar hoje na minnha vinha. Ele respondeu: Não quero. Mas depois, tocado de arrependimento, foi .
Falou do mesmo modo ao outro, que, respondendo, disse: Irei, senhor. Más não foi.
Dito isto, indagou: Qual dos dois fez a vontade do pai?
Responderam eles: o primeiro.
Jesus então os censurou com estas palavras: "Na verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entrarão primeiro que vós no reino de Deus."
(Mat, 21:28-31)


Os dois filhos, nessa imaginosa e interessante parábola, constituem modelos das duas espécies de personalidade predominantes entre os terrícolas.
O filho que disse: não vou; mas depois, arrependido, foi, representa aqueles que, indiferentes aos ideais superiores, levam uma vida puramente mundana, deixando-se dominar pelos vícios e paixões que constituem o deleite de toda carne ainda não sujeita ao espírito.
Chega um dia, porém, em que, saturando-se das misérias dessa vida, enojados dos falsos prazeres, "caem em si", descobrem os gozos e as delícias que a alma pode sentir na virtude e na prática do Bem, e então, sinceramente arrependidos, se regeneram, transformando-se em obreiros da "vinha do Senhor".
O filho que disse: irei, senhor ; mas não foi, personifica, a seu turno, os devotos sem obras, os que atravessam toda a existência procurando manter uma aparência de respeito e de religiosidade, que se mostram muito cuidadosos no tocante às "obrigações" estatuídas pelo culto tradicional, como se isso, fosse “tudo” e, nessa enganosa suposição, não cogitam de vencer suas fraquezas e imperfeições, nem se preocupam em realizar algo a benefício da coletividade.
Esses tais geralmente gozam de bom conceito, são tidos e havidos como pessoas inatacáveis, sentem-se orgulhosos e satisfeitos por isso, entretanto, não estão correspondendo ao chamado para o bom trabalho.
Incluem-se neste número os mentores religiosos de todos os credos, que deveriam guiar os membros de suas igrejas ao conhecimento da verdade e, com seus exemplos, edificá-los na observância às Leis de Deus, mas que, ou por desídia, ou porque se achem absorvidos em questões de interesse material, não cumprem a elevada missão de que estão investidos.
Por isso é que Jesus, dirigindo-se aos sacerdotes, escribas e anciães, cujos deveres eram precisamente esses, lhes disse, sem rebuços, que "os publicanos e as meretrizes lhes levariam a dianteira para o reino de Deus."
Publicanos e meretrizes simbolizam, aqui, os grandes pecadores, aos quais a sociedade tem como réprobos desprezíveis e indignos de qualquer auxílio divino.
Não obstante, o Mestre declara que eles entrarão no reino dos céus antes daqueles que contam com a aprovação social e já se consideram, "salvos".
E' que esses pecadores, porque muito vêm a sofrer, adquirem sensibilidade, tornam-se acessíveis, e, quando tocados pelo amor, mudam de vida, Aproveitando, então, a experiência adquirida através de duras provas, alguns há que se tornam santos até, legando ao mundo exemplos admiráveis de verdadeiro renascimento espiritual.
Do livro do Rodolfo Calligaris : Parábolas do Evangelho à Luz do Espiritismo ( os grifos são nossos)