quarta-feira, 14 de abril de 2010

A DESENCARNAÇÃO DE CHICO XAVIER - 3/5


=== c o n t i n u a ç ã o ===

Inúmeras caravanas e representações continuavam chegando, formando extensas filas, que se postavam paralelas às filas organizadas pelos nossos irmãos encarnados, a comparecerem ao velório para render a Chico Xavier merecidas homenagens.
Dezenas e dezenas de jovens formavam grupos especiais que vinham recebê-lo no limiar da Nova Vida, gratos por ter sido ele o seu instrumento de consolo aos familiares na Terra, quando se viram compelidos à desencarnação...
A tarefa de Chico Xavier — explicou Odilon, emocionado — não tem fronteiras; raras vezes, a Espiritualidade conseguiu tamanho êxito no campo do intercâmbio mediúnico... No entanto a força que o sustentava nas dificuldades vinha de Cima, pois, caso contrário, teria sucumbido às pressões daqueles que, encarnados e desencarnados, se opõem ao Evangelho. Chico, por assim dizer, ocultou-se espiritualmente em um corpo franzino e deu início ao seu trabalho, sem que praticamente ninguém lhe desse crédito; quando as trevas o perceberam, já havia atravessado a faixa dos vinte de idade e em franco labor, tendo pronto o “Parnaso de Além-Túmulo”, a obra inicial de sua profícua e excelente atividade psicográfica...
Estávamos todos profundamente emocionados. A multidão, dos Dois Lados da Vida, não parava de crescer e, assim como no Plano Físico os policiais cuidavam da organização, na Dimensão Espiritual em que nos situávamos, Entidades diversas haviam sido encarregadas de disciplinar a intensa movimentação, sem que nenhum de nós se sentisse encorajado a reclamar qualquer privilégio com o propósito de uma maior aproximação. Quase todos nos conservávamos em atitude de profundo silêncio e de reverência.
Os grupos de espíritos que haviam, ao longo de seus 75 anos de labor, trabalhado com o médium, com exceção, evidentemente, daqueles que já haviam reencarnado, se faziam representar pelos seus maiores expoentes no campo da Poesia e da Literatura.
Próximas a Cidália, em cujos braços Chico Xavier descansava, à espera de que o cortejo fúnebre partisse conduzindo os seus restos mortais, notei a presença de algumas entidades femininas que eu não soube identificar.
— Quem são? — perguntei a Odilon, que era um dos poucos dentre nós com plena liberdade de movimentar-se.
— Aquelas quatro primeiras, são as nossas irmãs Meimei, Maria Dolores, Scheilla e Auta de Souza; as demais são corações maternos agradecidos que, em uma ou outra oportunidade, se expressaram pela mediunidade psicográfica do nosso Chico.
— Quem estará na coordenação do evento? — insisti, ansioso por maiores esclarecimentos.
— O Dr. Bezerra de Menezes e Emmanuel, assessorados diretamente por José
Xavier —respondeu.
— José Xavier?...
— Sim, o irmão do médium, que está conduzindo um grupo de espíritos amigos de Pedro Leopoldo e região; quando Chico se transferiu para a cidade de Uberaba, em 1959, os seus vínculos afetivos com a sua terra natal não se desfizeram; os espíritas que constituíram o Centro Espírita “Luiz Gonzaga” sempre se sentiram membros de uma única família.
— E aquele casal mais próximo que, de quando a quando, dialoga com Cidália?
— José Hermínio e D.Carmem Perácio; foram eles que iniciaram Chico Xavier no conhecimento da Doutrina Espírita, doando-lhe exemplares de “O Livro dos Espíritos” e de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”...
Pude perceber, com clareza, que os filamentos perispirituais que uniam o espírito recém-desencarnado ao corpo enrijecido, se enfraqueciam gradualmente; sem dúvida, o médium, assim que se lhe cerraram os olhos físicos, desprendeu-se da forma material, no entanto, devido à necessidade de permanecer durante 48 horas exposto à visitação pública, conforme era seu desejo, exigia que o corpo, de certa forma, continuasse a receber suplementos de princípio vital, evitando-se os constrangimentos da cadaverização. Embora aconchegado aos braços daquela que havia sido na Terra a sua segunda mãe e grande benfeitora, o espírito Chico guardava relativa consciência de tudo...
As expectativas de quase todos, porém, se concentravam sobre aquela faixa de luz azulínea, a qual, à medida que se abeirava a hora do sepultamento, se intensificava; tínhamos a impressão de que aquele caminho iluminado era a passagem para uma Dimensão desconhecida, para a qual, com certeza, Chico Xavier haveria de ser conduzido.

=== c o n t i n u a ===


(Esta descrição foi realizada pelo Espírito Inácio Ferreira, e está presente no livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium Carlos Alberto Baccelli.)


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