terça-feira, 27 de abril de 2010

PROVA, MISSÃO OU EXPIAÇÃO ? (1/2)


Irena Sendler
“A mãe dos meninos
do Holocausto”

Enquanto a figura de OSCAR SCHINDLER era aclamada por meio mundo, graças ao filme de Steven Spielberg, ganhador de 7 Oscars em 1993, narrando a vida desse industrial que evitou a morte de 1.000 judeus nos campos de concentração , IRENA SENDLER era uma heroina desconhecida fora da Polônia e apenas reconhecida no seu pais por alguns historiadores, já que os anos de obscurantismo comunista apagaram a sua façanha dos livros de historia oficiais.
Por outro lado, ela nunca contou a ninguém nada da sua vida durante aqueles anos.
Em 1999 a sua história começou a ser conhecida, graças a um grupo de alunos de um Instituto do Kansas-EUA, que realizou um trabalho sobre os heróis do Holocausto.
Na investigação deram com poucas referencias sobre Irena e só existia um dado surpreendente: tinha salvado a vida de 2.500 meninos. Como e possível que só existisse essa informação sobre uma pessoa assim?
Mas a maior surpresa chegou quando após buscar o lugar da tumba de Irena, descobriram que não existia porque ela ainda vivia, e de fato ainda vive.
Hoje e uma anciã de 97 anos que reside num Asilo do centro de Varsóvia num quarto onde nunca faltam flores e cartões de agradecimento do mundo inteiro.
Quando a Alemanha invadiu o pais em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia, no qual cuidava das salas de jantar comunitárias da cidade.


Em 1942 os nazistas criaram um “gueto” em Varsóvia e Irena, horrorizada pelas condições como se vivia naquele lugar uniu-se ao “Conselho para Ajuda aos Judeus”.
Conseguiu identificações da oficina sanitária, sendo que uma das tarefas era a luta contra as doenças contagiosas.
Como os alemães invasores tinham medo de que se desencadeasse uma epidemia de tifo, aceitavam que os poloneses controlassem o lugar.
Logo entrou em contato com famílias oferecendo levar os filhos com ela para fora do Gueto. Era terrível: tinha de convencer os pais de que lhe entregassem seus filhos e eles lhe perguntavam: Pode prometer que meu filho viverá? Como poderia prometer se nem sabia se poderia sair com eles do Gueto?






E a única coisa certa era que os meninos morreriam se permanecessem ali.
Mães e avós não queriam separar-se deles. IRENA as entendia perfeitamente: o momento da separação era o mais difícil.
Algumas vezes, quando Irena ou suas companheiras tornavam a visitar as famílias para tentar fazê-las mudar de idéia, todos tinham sido levados aos campos de extermínio.
Cada vez que isso acontecia, ela lutava com mais força para salvar a meninada.






Começou a tirá-los em ambulâncias como vitimas de tifo, mas logo se valeu de tudo o que estivesse ao seu alcance: cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, ataúdes... Nas suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape.
Conseguiu recrutar ao menos uma pessoa de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-estar Social.
Com a ajuda dessas pessoas elaborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária aos meninos judeus.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos da paz. Por isso não se cansava manter com vida esses meninos.
Queria que um dia pudessem recuperar seus verdadeiros nomes, sua identidade, suas histórias pessoais, suas famílias.
Foi quando inventou um arquivo que registrava os nomes dos meninos e as suas novas identidades.
Anotava os dados em pedaços pequenos de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de uma arvore de macas, no jardim do seu vizinho.
Guardou, sem que ninguém suspeitasse, o passado de 2500 me
ninos, até que os nazistas foram embora.
=== C O N T I N U A ===

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