Crescimento demográfico - A miséria e desnutrição - Controle da natalidade
Um estudo do Fundo da Organização das Nações Unidas para a População, divulgado na primeira quinzena de novembro de 2008, revela que até a metade deste século o Brasil deverá ter 254,1 milhões de habitantes. O estudo mostra ainda que o país encerrou o ano de 2008 com 194,2 milhões de pessoas, o que o colocará na quinta posição entre os maiores do mundo em termos demográficos.
Porém, com tudo isso, o Brasil ainda está longe de chegar ao topo da lista, encabeçada hoje por China, Índia, Estados Unidos e Indonésia. Aliás, o primeiro lugar deverá ser ocupado pela Índia, que passará do atual 1,1 bilhão para 1,6 bilhão, ultrapassando a China. De acordo com o mesmo estudo, até 2050 o mundo passará dos atuais 6,74 bilhões de pessoas para 9,19 bilhões. As informações foram divulgadas na Internet pelo “Jornal do Commercio”, de Recife, na reportagem “Brasil terá população de 254,1 milhões em 2050”.
De um lado, um contingente populacional vivendo em plena miséria, amargando a fome e as doenças decorrentes da desnutrição. Do outro, nações esbanjando conforto e riqueza, onde o necessário para viver é ultrapassado pelo supérfluo em conseqüência da onda avassaladora do consumismo. Em síntese, este é o problema do crescimento demográfico, indissociável da distribuição planetária da riqueza. O conflito se estabelece porque vemos nos países pobres o aumento da miséria, da fome e das epidemias associado ao seu crescimento populacional, enquanto os países ricos são responsabilizados por muitos males que ameaçam o futuro do nosso planeta, como a destruição das florestas, da camada de ozônio e da biodiversidade.
A nosso ver, a magna questão está na busca de soluções e políticas que promovam o desenvolvimento humano e o esclarecimento às populações, famílias e indivíduos, face à responsabilidade da reprodução. No entanto, o que não pode haver é o controle do crescimento demográfico que venha a ferir as liberdades individuais.
A Doutrina Espírita não prega a procriação descontrolada ou o sofrimento como meta, mas evidencia os compromissos que o espírito assume ao encarnar, entre eles o de proporcionar a encarnação de outros seres humanos para a perpetuação da espécie.
Os que advogam o controle da natalidade utilizando a prática do aborto, em razão do aumento demográfico, baseiam-se na tese defendida em 1798 pelo inglês Thomas Malthus, ao escrever “Um Ensaio sobre o Princípio da População”. Malthus preconizou que as populações desapareceriam se não se impusesse um controle à sua multiplicação. Segundo ele, a produção dos recursos essenciais à sobrevivência do homem cresce em uma progressão aritmética, ao passo que o aumento populacional segue o ritmo de uma
progressão geométrica.
A espécie humana, no entanto, usando a inteligência de que é dotada, vem criando formas de produção necessárias à sua manutenção no orbe terrestre.
Entretanto, elas esbarram em um obstáculo difícil de ser superado: o consumo das riquezas do planeta aliado à saturação de detritos, a uma velocidade que poderá ser insustentável em virtude do crescimento populacional já existente, como podemos constatar nos dados a seguir.
A população mundial estimada até 1500, que era de 500 milhões de habitantes, já em 1961 alcançava a casa dos três bilhões. No dia 13 de agosto de 1987, isto é, 26 anos depois, o mundo comemorou a casa dos cinco bilhões. Hoje se estima a cifra de 6,5 bilhões. Jacques Vallin, em sua obra “La Población Mondial”¹ enfatiza que, embora seja conseguida a estabilização do crescimento populacional, mesmo na forma mais otimista, ou seja, a de dez bilhões de pessoas no ano de 2050, o maior desafio da
humanidade não será quantos nós seremos no futuro próximo, mas sim como haveremos de fazer para vivermos com tanta gente demandando alimento, roupa, calçado, transporte, moradia, assistência médica, etc...
Diante desse quadro, é compreensível que as autoridades de cada nação estejam cada vez mais preocupadas com o estabelecimento do equilíbrio entre a produção e o consumo, com o objetivo de evitar o caos social. Contudo, muitas delas não se detêm no aspecto moral para a solução do controle da natalidade. Neste sentido, a preocupação dos Espíritas é justa, com relação às políticas governamentais que favorecem o aborto e outras medidas antinaturais.
A Doutrina Espírita só endossa a prática do aborto quando não há outro meio de salvar a vida da gestante, e rejeita-o nos casos de estupro, bem como por razões econômicas ou de má formação dos fetos, inclusive os anencéfalos. Essa posição contra o aborto é alicerçada na sua filosofia espiritualista e reencarnacionista, ao considerar que a vida já começa desde a concepção, e que sua interrupção se constitui num crime, por
impedir a volta do espírito reencarnante a Terra, a fim de passar pelas provas necessárias ao seu progresso espiritual.
Bibliografia: ¹VALLIN, Jacques. La Población Mondial. Madrid: Alianza Editorial, 1995. 129 p.
Gerson Simões Monteiro
Presidente da FUNTARSO
E-mail: gerson@radioriodejaneiro.am.br
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A matéria acima foi divulgada pela Assessoria de Comunicação, através do Sr. Marcos Leite, e é dirigida ao meio Espírita Brasileiro e Internacional, para ciência e reflexão.
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