quarta-feira, 29 de abril de 2009

REFLEXÃO

Os formalismos de qualquer natureza tem que ser extirpados do Movimento Espírita. José Herculano Pires, neste artigo escreve com extrema propriedade da forma como vamos nos deixando volver com estes formalismos.

Exige a moral espírita uma conduta espontânea
Há uma tendência bastante forte, no meio espírita, para um tipo de moral religiosa que se caracteriza pelo artificialismo. Compreende-se que grande número de pessoas, em conseqüência das heranças do passado e dos exemplos do presente, não consigam adotar outra forma de conduta. Mas não é justo que os espíritas mais esclarecidos, de mente suficientemente aberta para as novas perspectivas que a doutrina abre sobre o mundo, continuem a formalizar-se na vida social. O Espiritismo, ensina Kardec: “é uma questão de fundo e não de forma”. De nada vale o exagero nas boas maneiras, a voz macia e os extremos de pureza formal, – não comer carne, não fumar, não tomar bebidas alcoólicas, não freqüentar festas mundanas, não contar nem ouvir anedotas picantes, – se o coração não estiver limpo. A pureza que o Espiritismo nos ensina é interior. Deve, por isso mesmo, reger a nossa conduta, em vez de esperarmos que uma conduta artificial nos purifique. Quando o Espiritismo ensina que os formalismos do culto exterior são inúteis, ensina também que toda exterioridade sem raízes no coração é igualmente inútil. E é o mesmo que Jesus ensinava, ao repelir os formalismos da hipocrisia farisaica. Veja-se o caso do ascetismo, da fuga ao mundo, às responsabilidades pesadas da vida em sociedade, que o Espiritismo condena como produto do egoísmo. Se a encarnação é a nossa possibilidade de relações com pessoas e meios sociais, a que estamos ligados em virtude do passado, é claro que devemos aproveitar essa oportunidade e não inutilizá-la. Estamos, agora, no lugar certo, como diz uma recente mensagem mediúnica, e seria prejudicial fugirmos a ele. O espírita não tem motivo algum para retornar às práticas da moral farisaica. A doutrina lhe ensina a espontaneidade, a naturalidade, e a correção dos seus erros e dos seus defeitos na própria relação com os semelhantes. É na vida de relação que podemos evoluir. Querer forçar a evolução com abstenções e atitudes falsas seria iludir-nos a nós mesmos e também aos outros, o que é ainda mais grave. Ninguém vira santo por meio de fórmulas. Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, como Jesus ensinou, mas o que sai da boca. Nossa conduta deve refletir o que somos, e por isso devemos cuidar muito mais do nosso coração do que das nossas aparências.
Fonte : O Homem Novo
Extraído do site: http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/textos.aspx?SID=4442e55fd9f51b17ee11f299d4747441&id=75

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