sábado, 18 de julho de 2009

ATIVIDADE MEDIÚNICA

"Todo médium, que sinceramente deseje não ser joguete
da mentira, deve, portanto, procurar produzir em reuniões
sérias, levando-lhes o que obtenha em particular, aceitar
agradecido, solicitar mesmo o exame críticos das
comunicações que receba."

(O Livro dos Médiuns, 2ª parte, cap. XXIX, item 329, §4º)

Embora os médiuns, em geral, costumem considerar-se como tais tão-somente quando participam dos labores hebdomadários das suas Instituições, o fato é que sua atividade captativa se dá durante todos os dias, em todas as horas do seu dia, com maior ou menor incidência ou intensidade.

Em verdade, não se deverá confundir registros psíquicos com o exercício prático e dirigido da mediunidade. Qualquer antena exposta recebe a todo instante as emissões que circulam no espaço, circundando-a, embora não as transmita para receptores dela desligados.

Médiuns variados conversam, trabalham, operam ações múltiplas durante o dia, sob inspirações diversas, sem que de tal coisa se apercebam. Captam pensamentos, emitem ideias sem que se deem conta de estar filtrando do Mundo Invisível dos desencarnados, ou mesmo do mundo mental dos encarnados, em curiosos processos de telepatia inconsciente, o que vai mesclado com suas produções individuais, nas atuações cotidianas.

Eis porque se estabelece o impositivo do autogoverno de cada um, particularizando-se os que lidam nas esferas mediúnicas, a fim de que a vigilância tranquila e a atitude atilada sejam-lhes posturas comuns ao comportamento.

Se é obvio que ninguém se deverá sentir cerceado para agir desse ou daquele modo, na pauta diária, não é menos correto que cada um caminhará pelo mundo com os acompanhantes espirituais e, consequentemente, com as inspirações com que se haja vinculado.

Diálogos, tertúlias, preferências desportivas, afetivas e emocionais, distrações e conquistas determinarão o panorama mental de cada um, os conúbios psíquicos de cada médium, estabelecendo os contatos no dia-a-dia, que lhes facilitarão ou atormentarão a produtividade mediúnica.

Não há que se responsabilizar os Guias ou Guardiães pelo insucesso no empreendimento mediúnico. Vida ajustada ao equilíbrio, respostas felizes na atividade mediúnica. Desgoverno que se instala na jornada, sintonia mal feita com a Luz, prenúncio de sombras e desajustamento no labor intercambial.

O médium bom, sem dúvida, será sempre o homem bom. O percipiente de registros finos, inapelavelmente, será o indivíduo atencioso para com os fenômenos da vida.

Na atividade mediúnica cada qual deverá equipar-se de boa vontade e coragem para realizar os grandiosos caminhos, a partir da rota que segue, enquanto homem ou mulher, enobrecido ou indigno, equilibrado ou vil, nas tramas da existência.

Se pensas, pois, em servir na Vinha do Cristo, na faixa do intercâmbio com o Além, afervora-te às necessárias disciplinas, com espontaneidade e lucidez, a fim de O encontrares em cada atividade, ainda que isso te custe abandono, incompreensão ou lágrimas, certo de que mais te valerão o clima da consciência iluminada e a alma prenhe de bênçãos.

Converter-se em médium com Cristo significa conduzir o madeiro de lutas sobre os ombros, caminhar por estradas de urzes e percalços, mantendo, porém, os olhos fixados na estrela de redenção e de paz indestrutível, tendo o próprio Mestre como sublime Cirineu.

Camilo

TEIXEIRA, José Raul."Correnteza de Luz". Pelo Espírito Camilo. 3.ed. Niterói, RJ: Editora Fráter, 1999, cap. 16.

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