18 ATRIBUNA VITÓRIA, ES QUINTA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2009
POLÍCIA
Filho de três anos entrega mãe à polícia
Quando a PM entrou na casa da acusada, o filho dela disse onde a mãe guardava uma pistola e crack. A acusada acabou presa
ISAAC RIBEIRO
A polícia contou com a ajuda de um menino de 3 anos para prender a acusada de tráfico de drogas Ruana Rodrigues do Nascimento, 21 anos, no bairro Guaranhuns, Vila Velha.
O menino é filho da acusada e, mesmo ainda pequeno, contou aos policiais militares que a mãe era envolvida com tráfico,
Policiais estavam no bairro cumprindo mandados de busca e apreensão, quando receberam uma denúncia anônima de que Ruana seria gerente do tráfico da região.
Eles chegaram ao endereço informado no início da noite e relataram que Ruana demorou dois minutos para abrir a porta.
Ao entrarem na casa, os PMs encontraram embalagens plásticas utilizadas para embalar drogas e o filho da acusada. Os policiais contaram que, enquanto revistavam a casa, foram interrompidos pelo menino, que disse que sua mãe escondia uma arma no guarda-roupa, no quarto dela.
Com a informação, eles foram até o quarto e realmente encontraram a arma, uma pistola 380 descarregada e com numeração raspada. No cômodo encontraram 12 pedras de crack, sete gramas de cocaína e uma bucha de maconha.
Além da arma e da droga, o menino de 3 anos mostrou aos policiais a gaveta onde a mãe dele guardava R$320 em dinheiro.
COZINHA
Na cozinha da residência, os policiais encontraram um pode de vidro em cima de um armário e a vasilha estava com forte cheiro de crack, mas estava vazia.
Na mesma hora, o menino virou para os PMs e disse a eles que a mãe, logo que a polícia chegou à casa, havia jogado fora o pó que estava dentro da vasilha.
A Acusada negou envolvimento com o tráfico de drogas. Ela alega que seu namorado pediu para que ela guardasse as drogas em sua casa, mas ele foi assassinado uma semana depois do pedido.
Ela foi levada para o DPJ de Vila Velha e autuada por tráfico e posse de arma pelo delegado Mário Brocco. O menino vai ficar na casa da avó paterna, em Vila Velha.
Esta matéria foi reproduzida fielmente do Jornal A Tribuna, de 25/06/2009.
Podemos extrair farto material de discussão sobre o assunto, mas deixando de lado a questão da criminalidade e da violência, gostaria de comentar somente um aspecto: a formação do caráter de um ser humano.
Vários estudos, pesquisas e teses de mestrado e doutorado, de diversos cursos, tem abordado este assunto: fatores de influência na formação do caráter do ser humano.
Podemos citar, de forma bem reduzida, para não nos alongarmos, os fatores mais discutidos: a educação, a desigualdade social, a cultura, a religiosidade, a estrutura familiar, o meio, etc. Todos estes componentes podem afetar ou influenciar, de uma ou outra forma, o caráter da criança, do adolescente, do jovem e, até mesmo, do adulto. É fato.
Entretanto, somente um daqueles fatores, pode gerar controvérsias: o meio. Reza um velho ditado popular que “uma laranja podre no cesto, apodrece todas as outras”. E este ditado parece que ganhou força na opinião pública, pois muitos acreditavam, ou ainda acreditam, que locais onde imperam a criminalidade e a desigualdade social, como favelas, são celeiros de criminosos, marginais, assassinos.
Adentrando na questão espiritual, sabemos que crianças são espíritos com diversas experiências corporais, que vem à Terra para sua evolução, e que trazem todos os vícios e virtudes de vidas precedentes. Ora, se a reencarnação é dádiva divina para o aprendizado e, muita vez a reencarnação se dá num meio adverso, onde seja necessária luta árdua contra nossas imperfeições, não podemos aceitar aquele velho ditado como regra.
Temos, acredito, no caso ocorrido com o nosso menino de apenas três anos, uma demonstração concreta de que nem sempre o meio influencia a formação do caráter do ser humano. Se assim fosse, não teríamos criminosos em famílias bem estruturadas, onde a educação e a cultura se fazem presentes. Não teríamos, também, pessoas honestas em famílias desagregadas moral e socialmente.
Nosso pequeno, com toda a ingenuidade e inexperiência de seus três, apenas três, anos de vida, já demonstra grande elevação moral, quando consegue perceber que uma arma num canto, um pouco de pó em outro e, em outro dinheiro, são coisas “erradas” e que mereciam atenção das autoridades policiais, que tinham acabado de invadir sua residência. Ele sabia que aquilo era “errado”. De “alguma” forma sabia quem era “bandido” e quem era “mocinho”. Como? Não podemos afirmar. Mas muito provavelmente, provém do prévio conhecimento da necessidade de manter uma conduta digna nesta experiência reencarnatória, como prova ou como reajuste.
Lembro de uma bela passagem do Evangelho, em que Jesus conta a parábola do filho pródigo, em que o pai de 2 filhos fazia uma grande festa para festejar o retorno do filho que havia se perdido nos prazeres mundanos e materiais e o irmão, que mantivera-se ao lado do pai todo o tempo, se revolta com os gastos daquela festa. O pai, então, com profunda sabedoria e amor, ensina ao filho que a festa era feita porque o filho estava “perdido” e fora encontrado.
Oremos, meus irmãos, para que esse menino consiga dar conta de sua trajetória terrestre da melhor forma possível, para seu próprio bem e sua evolução, e para o bem de muitos que poderão, vendo seu exemplo, desviar-se do caminho das sombras e seguir em busca da Luz.
Paz e Bem a todos.
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