Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia. Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça. Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura. Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace. Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música. Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração. Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho. Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma. Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo. Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida. * Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão. |
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade. 10a edição. Araras, SP: IDE, 1996. |
sábado, 5 de setembro de 2009
O COOPERADOR
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