O homem vem, a pouco e pouco, perdendo o significado da vida e o senso da sua dignidade.
Permitindo-se desumanizar, a fim de sobreviver na multidão amorfa e violenta, sente necessidade de manter a individualidade, não obstante procure os grupos para o trabalho, a recreação, a auto-afirmação.
Esta é uma hora de transição. Encerra-se um ciclo e outro se abre. Inevitável, a decadência de alguns valores arrasta instituições e indivíduos na direção do caos. O significado, o sentido da vida se apresenta como a busca desenfreada de recursos para a segurança e o prazer pessoal. Como conseqüência, o senso de dignidade se confunde, ameaçando o débil equilíbrio do indivíduo. Estabelece-se, então o aturdimento, a desconfiança, a inquietação, o triunfo parece coroar as pessoas corrompidas e exaltar as que se enamoram das paixões voluptuosas do prazer, enquanto os homens justos e cumpridores dos deveres experimentam carências, aflições, problemas.
Diante desse quadro, muita gente se sente vencida, impotente, sem forças para enfrentar a grave situação, deixando-se combalir ou reagindo pela violência, malogrando em ambas atitudes.
A paisagem moral revela-se como uma perda de fé na dignidade humana, ajuizando-se que os valores éticos não constituem base para o êxito nem a consideração do organismo social.
As massas, sem líderes, desorganizadas, rumam sem destinos, enfrentando o totalitarismo, e, desumanizadas, reclamam pela humanização dos seus membros.
Os indivíduos tornam-se estranhos a si próprios, desinteressados, sem identidade.
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Integra-te no programa de ascensão das almas.
Participa das atividades gerais, vinculando-te ao grupo social no qual te encontras, e contribuindo para o seu desenvolvimento.
Cultiva o senso de humor e do riso, desmanchando a carranca da insatisfação e da cólera.
Preserva-te como indivíduo, não te deixando devorar pelos apressados. Mediante uma considerável apreciação de ti mesmo, dar-te-ás conta que és um indivíduo atuante, em uma realidade objetiva, com metas definidas, bem elaboradas. Assim te libertarás de dois adversários: a ansiedade e o vazio.
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As pessoas atropelam-se, vitimadas pela ansiedade, buscando o que jamais lograrão mediante esse processo.
Gargalham, fazendo bulha, porque perderam a faculdade de rir. Parecem vencidas por um gás hilariante, ocultando o estado ansioso. Ao mesmo tempo a sensação de vazio as atormenta, em razão de os objetivos cultivados haverem perdido o sentido.
A tensão emocional cresce e as implosões tomam-lhes conta, fazendo-as estorcegarem na dor.
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A redescoberta do sentido da vida e da reumanização é um avanço histórico na busca da maturidade psicológica, da tomada de consciência de si mesmo.
Jesus, consciente da missão que veio desempenhar, na Terra, conclamou as massas à responsabilidade, aos elevados significados da vida, ao mesmo tempo buscou a identidade de cada discípulo, trabalhando pela sua humanização e insistindo na valorização dos conceitos éticos da existência, a fim de levá-lo a uma perfeita integração no programa libertador de si próprio, primeiro, e da sociedade, depois.
O Seu triunfo não foram o aplauso, a aceitação, a glória da mensagem, mas, a cruz e o escárnio, ensinando que a consciência de si mesmo somente é conseguida quando o homem se imola nos madeiros das paixões, vencendo-as de pé com os braços abertos em atitude de fraternidade amorosa.
Joanna de Angelis
(FRANCO, Divaldo P. Momentos de Iluminação. Salvador, BA: LEAL. 1990, cap. 6)
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