quinta-feira, 21 de maio de 2009

QUEM É DIGNO?


Preconceito é o conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. É um pré-julgamento.

Justamente por se tratar de um conceito exarado de forma aleatória, tem sido causador de muitas injustiças.

Por causa do preconceito racial, guerras foram desencadeadas. Nações se arvoraram como superiores a outras e submeteram à escravidão os julgados inferiores.

Por causa do preconceito, a criança mais agitada ou sagaz, o canhoto, o diferente foi tido como merecedor de castigo. Simplesmente por destoar dos demais.

O preconceito separa as pessoas, segrega comunidades e entrava o progresso.

De se estranhar, portanto, quando o preconceito vige entre os que se afirmam religiosos.

Preconceito entre adeptos de religiões diferentes, julgando-se uns credenciados com exclusividade ao reino dos céus, apontando formas de infelicidade aos que não seguem a mesma expressão de fé.

A questão assume proporções mais graves quando se observa o mal estar causado pela presença de determinadas pessoas no templo de uma ou outra denominação religiosa.

Como, comenta-se, Fulano, com uma ficha de tantos desacertos, ousa adentrar o templo religioso? Como pode, com tantos erros? 

Quando tais disparates são expressos, nos recordamos de que, se os cristãos primitivos assim agissem, jamais teríamos conhecido o inigualável valor de Paulo de Tarso.

Ele trazia as mãos tintas do sangue da primeira execução de um seguidor de Jesus.

Ele era o perseguidor da Boa Nova.

Mas o perseguidor se torna arauto do Evangelho. E perseguido, dará testemunho da Verdade, até a morte.

A ele se deve a propagação do Evangelho além-fronteiras de Israel.

Jesus dizia que Ele não viera para os sãos, porque esses não necessitam de médico.

Eu vim para as ovelhas perdidas, afirma, mais de uma vez. Por isso, quebra as barreiras do preconceito e tem um encontro com a Samaritana, no Poço de Jacó.

Cura o servo do centurião romano, e louva-lhe a conduta, confessando publicamente jamais ter encontrado, em Israel, tal expressão de fé.

Aceita convites para as refeições e se faz presente em casa de ex-leprosos e publicanos. Anda com mulheres tidas como de má vida.

Concede entrevistas ao doutor da lei, ao jovem rico, à mulher do intendente de Herodes.

Todos são credores do Seu amor e da misericórdia do Pai.

*   *   *

Se nosso Modelo e Guia assim procedeu, pensemos quanto mais não devemos nós, ainda tão frágeis, tão problemáticos, olhar com compaixão aos que, como nós, tentam acertar, nem sempre alcançando êxito.

Tanto quanto a ida ao templo de nossa fé nos reabastece de energias, não coloquemos entraves a outrem que busque os mesmos benefícios.

Se há erro, culpa nele, o problema compete à Justiça Divina.

A nós compete o apoio de irmão, o ombro amigo, a caridade da compreensão. Pensemos nisso.

 Redação do Momento Espírita. Em 20.05.2009.

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